quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Um pensamento...

Ontem, durante o dia presenciei uma cena que deveria ser considerada absolutamente normal aos olhos de todos. Uma cena que não deveria ter-me deixado surpreendida e nem tão pouco deveria ser tema deste blog. Geralmente não damos importância às coisas banais, "normais" e quotidianas. Damos sim importância ao raro, ao diferente, ao que foge à regra. Pois é. A cena que vi fugiu, para mim, à regra.
Vinha eu sentada num banco de autocarro, numa hora de ponta pouco habitual, também considerada  fora do normal. Para mim as horas de ponta já não são o que eram antigamente! Já não existem autocarros cheios de gente, cheiro a suor, filas intermináveis nas paragens, gente e confusão. Hoje em dia as horas de ponta, em Lisboa, são horas de crise. Nota-se perfeitamente que há menos pessoas a trabalhar. Conseguia respirar-se perfeitamente naquele autocarro, apesar de cheio e não senti um único empurrão ao entrar nele. O que é bastante positivo, atenção. O menos positivo é a causa disto andar na boca do povo e chamar-se... crise. Mas adiante... entretida com o mp3 e as músicas que nele passavam, vagueando nos meus pensamentos... - sempre a pensar. Pena não poder parar o cérebro de vez em quando - eis que reparo numa velhota a atravessar a estrada, de bengala. A senhora devia ter perto dos 90 anos. Movia-se com alguma dificuldade. Eu, dentro do autocarro, observei-a e pensei "quem me dera chegar a esta idade e dar por mim a passear pelas ruas de Lisboa...". Ainda bem que neste momento o meu cérebro não parou de pensar porque realmente fez-me bem acreditar na possibilidade de chegar aos 90 anos. Acordei dos meus pensamentos quando me apercebi que um rapaz, talvez com 20 e poucos anos, atravessou a estrada para vir ajudar a senhora a subir o passeio e a encaminhou até um sitio seguro, longe da estrada. Digam lá se isto não nos deixa a pensar. Caramba, ainda bem que nestes momentos o meu cérebro não para de pensar, mesmo!! Isto devia ser considerado normal, mas é tão raro... que me deixou tão feliz. Afinal, a raça humana ainda tem salvação!

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