Eu sei que o senhor Bryan não é um leitor do meu blog, mas vá-se lá saber se por acaso ele não clica - sem querer - e se depara com os meus Parabéns. :) Tudo é possível para uma fã incondicional, como eu. Ehehehe.
Aquela voz que me diz incessantemente Não quando todo o meu corpo quer dizer sim.
Aquela voz que me procura nos momentos mais frágeis para me lembrar todos os outros em que fui forte.
Aquela voz que traz o medo e me faz recuar as vezes que forem precisas.
Aquela voz que... me irrita. Aquela voz que me apetece aniquilar. Aquela voz que, tantas vezes, me apetece contradizer, não seguir, contrapôr, renunciar, matar.
Aquela voz que preciso mais do que nunca ouvir agora para não tombar, mais uma vez.
Encosta-te a mim, deixa-me envolver-te num abraço. Deixa o meu coração sentir o teu e a tua pele tocar a minha. Deixa-te levar pelo doce sabor da emoção que nos guiou até aqui e fica. Fica como se não houvesse amanhã, nem hoje, nem ontem. Fica porque sim. Porque sentes que aqui é o teu lugar. Aqui, é onde eu pertenço. Aqui é onde tu estás. Nada mais te pode magoar...
Possivelmente nunca saí da estaca zero, apenas imaginei que sim porque queria muito que sim! Incrível como nos agarramos à esperança quando ela é o nosso único escape... Quando não temos a certeza de nada resta-nos sempre a esperança.
Hoje, obrigaram-me a dizer adeus à esperança. E agora, o que fica?
Sabes uma coisa? A vida é tão parecida com o mar... Estás a ver o mar? Hoje é mais um dia de marés vivas. As ondas estão maiores do que nos outros dias e rebentam com mais força. A água está suja e por isso não se consegue ver o fundo facilmente. A rebentação das ondas consegue ouvir-se mais longe do que o habitual e os pescadores lançam-se com os seus barcos, agitando-se mais do que o normal, na esperança de que tudo vai correr bem mais uma vez, apesar da turbulência do mar e da turbulência dos seus próprios corações.
Hoje, não se pode ir ao mar. A bandeira está vermelha.
Amanhã quando acordarmos pode ser que as marés vivas tenham terminado. Os pescadores estarão de volta - com sorte cheios de peixe - o mar estará mais calmo, limpido e reconfortante... Bandeira verde novamente.
A vida também é cheia de marés, de bandeiras vermelhas e verdes...
Ao longo da tua vida vais ter de ultrapassar muitas marés para conseguires manter-te à superficie. Algumas dessas marés vão ser fáceis de suportar mas outras trazem a fúria e a sujidade das marés vivas que te vai impedir de ver o fundo. Não, não há forma de escapar a isso a partir do momento em que estás vivo. Mas a boa notícia é que é possível manteres-te à tona, se fores construindo, ao longo do teu percurso, bases sólidas que te ajudem a vir à superficie sempre que a tua respiração falhar.
Incrível como os momentos ficam guardados nas músicas e ao ouvi-las, novamente, parece que eles voltam com a mesma intensidade. Sentimos as mesmas emoções. A única diferença é que, quando a música deixa de tocar, a realidade volta e ficamos a pensar no quão felizes éramos e não sabíamos! E as músicas que marcam os nossos momentos de agora, voltarão a tocar mais tarde e o ciclo continuará...
Esta foi uma das que marcou a minha adolescência e ao ouvi-la sinto-me como se tivesse novamente 15 anos.
Por mais que estude psicologia há coisas que eu acho que nunca vou conseguir entender. Coisas que me ultrapassam completamente. Talvez a 200 km/h. Tão rápidas que quando eu vou tentar perceber... já passaram! O pior, o problema, é que não passaram... ficaram na minha cabeça a moer. Talvez por ser teimosa, curiosa ou masoquista, confesso que não sei. O certo é que gosto de pensar sobre as coisas e tentar justificá-las e sou quase tão chata como as crianças quando se lembram de questionar tudo com a famosa pergunta "Porquê?". É verdade. Eu sou quase assim. Mas ainda pior, porque massacro-me a mim mesma com "Porquê's" que só a mim me importam ser respondidos e por só a mim me interessar ninguém me dá respostas. Nem a vida. Essa só me dá motivos para eu colocar ainda mais questões...
É que há coisas que não percebo mesmo e... acho que vou morrer sem perceber.
Este texto está super confuso, mas é exactamente assim que fica a minha cabeça, quando penso nisto.
"Facturas em nome de Passos Coelho entopem Finanças. NIF's de ministros circulam na internet"
Nunca me passaria pela cabeça uma ideia destas... Acho incrível que haja pessoas com esta criatividade! Espero que haja mais ideias destas e que finalmente os nossos governantes comecem a perceber que o povo português tem garra e não se deixa ludibriar facilmente.
"Tu és mais forte e sei que no fim vais vencer. Sim, acredita no novo
amanhecer... Não tenhas medo, sai à rua e abraça alguém. E vai correr
bem, tu vais ver."
"Tu mereces muito mais, és forte... abanas mas não cais. Mesmo que sintas o mundo a ruir, quando as nuvens passarem vais ver o sol a sorrir..."
"A estrada não é perfeita, apenas uma vida... Aproveita!"
"Só perdes se não tentares e não desistas se falhares..."
""Torna o teu sonho real, acorda!"
"Limpa as lágrimas e luta... segue o teu caminho e escuta a voz dentro de ti, as perguntas que procuras dentro de ti. Acredita em ti, que tu és mais forte e tens o mundo a teus pés."
"Um dia tudo fará sentido e vais ver que terás o prémio merecido."
"És o que és, não o que tens. A tua essência não se define pelos teus bens."
"Ás vezes as pessoas desiludem, mas não fiques em casa parado à espera que mudem... Muda tu rapaz, muda a tua atitude e vais ver que és capaz."
"Quando acreditas a força nunca se esgota. Só reconheces a vitória se souberes o que é a derrota..."
"..Vais ver que no fim acaba tudo bem. Sai à rua e abraça alguém...." :)
Nem tudo na vida é como gostaríamos que fosse e por vezes chegamos à conclusão de que tentar lutar contra a maré não vai fazer com que as coisas sejam diferentes. Então... tomamos consciência de que o melhor que temos a fazer é respirar fundo e deixar aquela coisa a que chamam destino fazer aquilo que dizem que está escrito. Ou, por outras palavras, deixar a vida e o tempo correr... sem tentar apressá-lo. Antigamente tinha uma certa dificuldade em acreditar em coisas destinadas a acontecerem... Era absurdo para mim pensar que tudo o que fazemos está à mercê de uma história já escrita, um dia, por alguém. Mas hoje em dia já me apercebi imensas vezes que há coisas que, por mais que tentemos escapar delas, não conseguimos. É claro que não devemos sentar numa cadeira e esperar que tudo seja resolvido. É claro que devemos lutar pelo que queremos. O que não podemos nunca deixar que aconteça é que a ansiedade tome conta de nós.. Não podemos nunca permitir que o facto de querermos tanto algo nos faça perder o controlo da nossa racionalidade. A minha racionalidade disse-me hoje que, por mais que eu faça, há coisas que não se constroem dessa forma. Constroem-se deixando o tempo correr. Ou não se constroem... mas , ao menos dessa forma também não destroem :)
O que digo não é sinónimo de "entregar os pontos", é apenas a tomada de consciência de que devemos tentar proteger o nosso mundo daquilo que lhe possa fazer mal. Alguém hoje tomou consciência de que construir castelos no ar é sempre um risco.
Há coisas que não passam de miragens porque não são concretas. O tempo encarregar-se-á de mostrar se poderá ou não deixar de ser abstracto. Enquanto isso... ter os pés no chão é sempre a melhor maneira de nos protegermos. Porque primeiro do que tudo... estamos nós próprios! :)
Muitas saudades de chegar a casa cansada, ansiosa por um banho quente e o corpo esticado no sofá, mas com o coração cheiinho! Há alguma coisa melhor do que fazer algo que se gosta?...
Saudades dos sorrisos, dos abracinhos, dos beijinhos, dos "oláááá!" nos corredores, dos desenhos, da ternura, dos olhares que diziam quase tudo, das histórias intermináveis, de ser criança com eles, de aprender com eles... a ver o mundo de uma forma melhor. Saudades de entrar em casa cheia de histórias novas pra contar. Saudades até das birras! Saudades dos "meus meninos".
Saudades de ajudar a fazer crescer sorrisos. Saudades de me sentir útil na vida de alguém. Saudades de fazer tão pouco e sentir que foi tanto. Saudades de fazer aquilo que me dá prazer fazer...
Quando se passa muito tempo sem fazer nada, o pensamento toma conta... e saudosista é o meu nome do meio...
Mas é bom sentir saudades. Saudades demonstram que foi bom e se foi bom... então valeu a pena viver aqueles momentos - Valeu mesmo! :)
"É imaturidade acreditar que a nossa
felicidade está nas mãos da outra pessoa. É um erro enorme. Ninguém nos
pode completar. Cada um completa-se a si mesmo, por si mesmo. E cada um
de nós relaciona-se com o outro da mesma maneira que se relaciona
consigo mesmo. Se te sentes bem contigo, vais relacionar-te melhor com o
outro, se estás cheio de carências emocionais, afetivas, problemas,
ciúmes, inveja, raiva, ressentimentos e amargura, não há maneira de te
relacionares."
O Jorge Palma, para além de um excelente músico é também um excelente compositor... Esta música é a prova disso :) Muito querida!
Chegaste com três vinténs
E o ar de quem não tem
Muito mais a perder
O vinho não era bom
A banda não tinha tom
Mas tu fizeste a noite apetecer
Mandaste a minha solidão embora
Iluminaste o pavilhão da aurora
Com o teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Eu fiquei louco por ti
Logo rejuvenesci
Não podia falhar
Dispondo a meu favor
Da eloquência do amor
Ali mesmo à mão de semear
Mostrei-te a origem do bem e o reverso
Provei-te que o que conta no universo
É esse passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Eu tinha o espírito aberto
Às vezes andei perto
Da essência do amor
Porém no meio dos colchões
No meio dos trambolhões
A situação era cada vez pior
Tu despertaste em mim um ser mais leve
E eu sei que essencialmente isso se deve
A esse passo inseguro
E ao paraíso no teu olhar
Dá-me lume, dá-me lume
Deixa o teu fogo envolver-me
Até a música acabar
Dá-me lume, não deixes o frio entrar
Faz os teus braços fechar-me as asas
Há tanto tempo a acenar
Se eu fosse compositor
Compunha em teu louvor
Um hino triunfal
Se eu fosse crítico de arte
Havia de declarar-te
Obra-prima à escala mundial
Mas eu não passo dum homem vulgar
Que tem a sorte de saborear
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
Esse teu passo inseguro
E o paraíso no teu olhar
"Quatro dias antes do crime, Eliana
Sanchez soube que nunca mais ia poder estar sozinha com os filhos. Uma
decisão do tribunal que pode ter levado a mãe a assassinar os dois
rapazes e pôr fim à sua vida.
Além de a obrigar a entregar os
filhos ao pai, o tribunal proibiu a mãe de os visitar sem supervisão e
determinou que as visitas decorressem em casa de familiares. A decisão,
tomada faz hoje uma semana, tinha "efeitos imediatos", como confirmou ao
JN o Instituto da Segurança Social.
A proibição terá
desencadeado uma reação de Eliana Sanchez - uma professora de Artes
Visuais, de 40 anos, que já sofria de depressão - e as autoridades
pensam que pode ter sido isto a desencadear a tragédia, ocorrida em
Oeiras. A mudança de estado de espírito não passou despercebida junto da
vizinhança, logo no dia seguinte." (Ler mais aqui: Jornal de Notícias)
Esta história, idêntica a tantas outras, é triste.Torna-se ainda mais triste quando, ao ler a notícia completa nos apercebemos que não foi usada a palavrinha que às vezes até resulta: "Prevenção".
A primeira pergunta que me ocorreu foi... como é que depois de uma decisão destas, que obriga uma mãe a deixar de poder estar sozinha com os filhos, existindo já um historial de depressão, não se começa, imediatamente, um acompanhamento psicológico? Porque é que o tribunal não providenciou isto? Como é que não se pensa num desfecho destes? Como é que não se tenta evitar isto? (com tantos casos destes a acontecerem, diariamente!)
Se poderia ter acontecido isto na mesma se a senhora estivesse a ser acompanhada? Podia. Mas hoje olhávamos para trás e pensávamos que tinha sido feito tudo o que estava ao alcance para evitar. Assim, há pessoas como eu que ficam a pensar que poderia ter sido feito muito mais...
Gosto de Psicologia desde o tempo em que pensava o que queria ser quando fosse grande. Sempre me fascinou o facto de poder saber mais e mais sobre os seres humanos... Observar, conhecer, sentir as pessoas e mais do que tudo... poder ajudá-las. Quanto mais sei sobre psicologia mais quero saber.
Há quem pense que o coração é a parte mais importante do corpo humano, porque quando ele pára morremos fisicamente. Não querendo tirar a importância que o coração tem - porque tem muita - o cérebro é o que dá vida a tudo o que somos. Conhecem certamente aquela frase que diz "viver é mais do que simplesmente existir". O cérebro dá-nos esse "viver" e o coração dá-nos a existência. Ambos são fundamentais para o bom funcionamento do nosso corpo... tal como as mãos, os pés, o pescoço, os dentes ou até o dedinho mindinho. Todas as partes do corpo são importantes. Mas o cérebro... ai o cérebro.. É o comando de todo o nosso corpo. Por mais conhecimento que se tenha sobre a caixinha cinzenta, nunca se descobrirá tudo... é um infindável mundo de tudo o que sabemos ser e o que não fazemos a minima ideia que somos... :)
A mala da Pepa tornou-se um autêntico fenómeno nas redes sociais. Ontem à noite, no facebook, só se lia "Pepa", "Mala da Pepa" e outras coisas relacionadas com isso. Não me apeteceu pesquisar o que era. Pelos comentários que li fiquei com a percepção que se tratava de
um vídeo fútil, em que uma "tia de cascais" falava sobre os seus desejos mais
superficiais.
Mas hoje... a minha curiosidade não me deixou ignorar mais quando li a notícia: "Samsung retira campanha e pede desculpas". Tal não foi o meu espanto quando ao visualizar o vídeo, o mesmo não me chocou minimamente. Sim, para além de amor e carinho ela deseja para 2013 comprar uma mala toda xpto que deve custar um balúrdio. E então? Foi isso que criou susceptibilidade nas pessoas? Não estarão todos a exagerar um bocadinho e mais uma vez a preocuparem-se com o que não merece assim tanta importância? Todos os dias, bem diante dos nossos olhos, temos situações que, embora não sejam verbalizadas como neste vídeo, deveriam ferir a nossa susceptibilidade, e passamos por elas sem polémica nem revolta... e preocupamos-nos com um vídeo de uma campanha promocional da Samsung? O foco mais uma vez está errado, está ao contrário..
Isto é uma questão de mentalidades e o povo português, na minha opinião, peca por isso. Vai atrás das maiorias... como os carneirinhos. As pessoas não param para pensar, por si mesmas. Dá trabalho pensar pela própria cabeça. Ou isso.. ou então a crise anda mesmo a subir à cabeça das pessoas, de forma não muito saudável.
Deixem a Pepa e a mala da Pepa em paz e preocupem-se com o que realmente deveria ser retirado...
Para quem ainda não viu o vídeo (algo que acho realmente difícil, pois não se fala de outra coisa) aqui fica:
Ía escrever um texto meu, mas acho que tudo o que poderei neste momento escrever nunca irá ser tão representativo da minha opinião como o texto que encontrei e que irei publicar seguidamente:
"Começou ontem a saga da criança que
alegadamente foi atacada por um cão, de raça considerada perigosa. Hoje,
estou duplamente triste, pois dois seres vivos encontraram a morte. A
criança morreu e o cão está no corredor da morte. Duplamente triste.
Muita gente, com certeza, vai espumar e ficar indignada com esta
crónica. A raiva e a fúria toldam a razão. Primeiro, gostaria de não ter
de escrevê-la, de todo. Depois, gostaria de a escrever noutras
circunstâncias que não após a morte de uma criança. E isso acontece
precisamente porque decidi não a escrever no calor do momento, quis
esperar que o meu discernimento tranquilizasse e me permitisse tratar
este delicado e triste assunto com justiça. Justiça para a criança e
para o cão.
E para que a justiça impere é necessário saber o
que realmente aconteceu. Nada se disse sobre isso. Em todos os
noticiários os mais básicos critérios jornalísticos foram atropelados,
não foram cumpridos. Aquilo que qualquer jornalista deve aprender na
primeira lição de jornalismo falhou redondamente ao não serem
respondidas as seis perguntas fundamentais: ficámos a saber “quem”,
“quando” e “onde”, ficámos com sérias dúvidas em “o quê”, o “como” e
“porquê” ficaram sem resposta, porque nem sequer foram questionados.
Após várias notícias em diversos meios de comunicação, continuei sem
saber o que realmente tinha acontecido. Sabia apenas que “um cão” tinha
“atacado uma criança de 18 meses em Beja”, que esse cão era da família e
conviveu pacificamente durante nove anos, que a criança tinha um
traumatismo crânio-encefálico, e que o cão fora levado para o canil onde
será abatido após os oito dias legais. Como? Porquê? O que aconteceu?
De que forma o cão atacou a criança? Um traumatismo crânio-encefálico é
geralmente fruto de uma queda/pancada. Se um cão como o referido,
possante, atacasse alguém de forma viciosa e agressiva, principalmente
uma criança, os ferimentos por laceração seriam graves. Só foi sempre
mencionado o traumatismo.
É uma criança, é trágico e triste,
mas isso não cessa o dever de questionar e informar acima de qualquer
suspeita. Ninguém perguntou como foi o ataque? Em que circunstâncias e
como ocorreu? Investiu agressivamente e mordeu? Correu para a criança,
derrubando-a e fazendo com que batesse com a cabeça no chão, provocando o
traumatismo? Como foi?
Foi esta a informação que tivemos.
Esta informação não me chegou, mas eu não sou a maior parte da
população. Para a maioria, diria a esmagadora maioria, esta informação
chegou e estava dito tudo o que era preciso ouvir: um cão atacou uma
criança, que foi para o hospital em estado grave.
Procurei mais
dados. No meio do jornalismo-papagaio encontrei finalmente uma notícia
“quase” bem construída, pelo menos uma notícia que explicava
relativamente os factos.
O cão afinal atacou a criança? Não.
“O animal pertence a um tio do menino, que vive na mesma casa com os
pais e os avós da vítima. Em declarações aos jornalistas, o avô da
criança, Jacinto Pinto, disse que o cão estava «às escuras» na cozinha
da casa quando o menino foi àquela divisão e «caiu-lhe em cima» e o
animal atacou-o. O que aconteceu «não tem explicação» porque o cão «era
meigo», «sempre conviveu com crianças» e em nove anos de vida «nunca»
antes tinha atacado ou feito mal a alguém (…)”, in www.publico.pt
“O miúdo caiu em cima dele e ele atacou”, são palavras de Linda Rosa, a
veterinária municipal de Beja que adianta uma declaração
incompreensível: “Como ou porquê ao final de nove anos de convivência
com a família? Está na natureza de todos os cães, particularmente estes
cruzados de raças potencialmente perigosas, como o pitbull”. Uma pérola
de sabedoria nestas palavras.
Senhora veterinária, se a
senhora fosse um cão, estivesse deitado num quarto às escuras e lhe
caíssem em cima, mesmo que fosse um Yorkshire miniatura iria com certeza
reagir!
Quando foi recolhido pela Câmara, e segundo o
testemunho da veterinária municipal, o cão “estava bem tranquilo e não
mostrou agressividade nenhuma”.
Não sou uma “dog person” e
sinto muito respeito por cães possantes e de grande porte. Mas sei que o
primeiro e principal problema comportamental da esmagadora maioria dos
cães tem um nome: dono. E por coincidência, apesar de ter todas as
provas de ser um animal dócil, Jacinto Pinto, o avô, confessou que
estava “desejando” que o animal fosse abatido e que “há uma ano e tal”
tinha ido à AMALGA (N.A. vulgo canil municipal) para o tentar abater,
porque “não tinha condições para ter o cão em casa”. Palavras para quê…?
Na imagem, viu-se um cão com aspecto submisso e tranquilo, com a
coleira de tal modo presa às grades que não conseguia mover a cabeça.
Não se viu ponta de agressividade. E a mim, que tenho a péssima mania de
pensar, tudo me parecia tão estranho, tão mal contado. E estava.
Compreendo a angústia dos pais da criança. A mesma angústia que
sentiriam se o filho fosse empurrado por outra criança e caísse e
batesse com a cabeça e ficasse gravemente ferido.
Que pena o cão não ter pais.
Que pena a criança ter morrido.
O cão, esse está no corredor da morte, e a sentença não estava
dependente da sobrevivência ou não da criança, pois seria morto e ponto
final. Não se trata de um violador de crianças cuja pena é mais leve se a
criança abusada não morrer, e que é protegido por guarda policial, e
que tem uma cela confortável onde não fica preso pelo pescoço.
O cão morreu no momento em que declararam o presumível ataque. Porquê? Alguém sabe? Alguém tentou saber?
Ah, já me esquecia… é só um cão.
E no meio de toda esta tragédia, de toda esta desgraça… como se deixa
um bebé de 18 meses entrar sozinho numa cozinha escura onde está um cão a
dormir…?"
Desconheço o autor, mas o que aqui está escrito representa na perfeição o que penso sobre este caso...
Se tivesse que escolher uma palavra para
resumir o meu ano de 2012 escolhia Instabilidade. Mas não podia deixar
de referir também as palavras trabalho e dedicação. Sinto que, apesar de
toda a instabilidade, consegui cumprir as metas e os objectivos a que a que me propus e olho pra trás contente com isso.
Quanto ao 2013, já iniciou com coisas boas. Espero que assim continue, com muitos sorrisos. Lágrimas... só se for de emoção! :)